Marcílio Dias (Rio Grande, 1838 — Rio Paraná, 11 de junho de 1865), filho de Manuel Fagundes Dias e Procela Dias, era negro, com cabelos negros, encaracolados e olhos pretos, foi um marinheiro da Armada Imperial brasileira, herói da Batalha Naval do Riachuelo, durante a Guerra da Tríplice Aliança.
Ingressou na Armada Imperial como grumete (recruta) em 6 de julho de 1855, aos 16 (dezesseis) anos de idade, sentando praça no Corpo de Imperiais Marinheiros em 5 de agosto do mesmo ano. Em 1856 embarcou na corveta Constituição e, logo após, no navio Tocantins (Aviso Fluvial Tocantins?), com o então Capitão-de-Fragata Francisco Manuel Barroso da Silva como seu comandante.
A 15 de maio de 1861 recebeu a sua primeira promoção, passando a Marinheiro de Terceira Classe. Foi promovido a Marinheiro de Segunda Classe em 11 de maio de 1862. No ano seguinte, já na Escola de Artilharia, recebeu a classificação de "Praça Distinta". Em 1864 embarcou na corveta Parnaíba, em expedição ao Rio da Prata. No regresso, a 20 de julho do mesmo ano, foi promovido a Marinheiro de Primeira Classe (equivalente hoje a Cabo).
Embarcou na corveta Imperial Marinheiro a fim de se habilitar na manipulação de artefatos bélicos, indispensáveis ao serviço de bordo. Matriculou-se na Escola Prática de Artilharia, em Janeiro de 1863, vindo a prestar exame a 10 de dezembro do mesmo ano, quando foi aprovado, passando a usar o distintivo de Marinheiro-Artilheiro (Especialização de Cabo).
Batalha de Paysandú
Em 6 de dezembro de 1864, quando o Almirante Tamandaré iniciou o cerco a Paysandú durante a Campanha Oriental (1864-1865), Marcilio Dias teve o seu batismo de fogo, contra as forças do Uruguai.
Durante o assalto final à Praça-forte de Paysandú em 31 de dezembro de 1864, uma batalha que durou 52 horas, terminando em 2 de janeiro de 1865, Marcílio Dias foi um dos mais bravos combatentes, tendo ficado famoso o seu grito de 'vitória', quando subiu à torre da Igreja Matriz de Paysandú acenando para os seus campanheiros com a bandeira do Brasil.
Batalha Naval do Riachuelo
Sagrou-se herói na Batalha Naval do Riachuelo, em 11 de junho de 1865, no início da Guerra da Tríplice Aliança.
Quando a corveta Parnaíba, onde chefiava o rodízio raiado de ré, foi abordada por três navios paraguaios, travou uma luta corpo a corpo contra quatro inimigos, armado de sabre, abatendo dois deles. Na luta teve seu braço decepado na defesa da bandeira do Brasil. Os ferimentos sofridos causaram-lhe a morte no dia seguinte, 12 de junho, sendo sepultado com as honras do cerimonial marítimo nas próprias águas do rio Paraná, em 13 de junho de 1865.